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segunda-feira, 19 de julho de 2010

O crime do Ocidente


Depois da criminosa opressão Yankee contra os cidadãos da Palestina, do Afeganistão, do Iraque, das regras xenófobas inglesas e do holocausto alemão; mais um golpe contra os “não-cristãos” foi realizado por uma das potências do Império Ocidental.

No dia 13 de julho de 2010, terça-feira, a França presenteou a população mulçumana que vive naquele país. Num ato claro de xenofobia típica da soberba daquela região, o parlamento francês votou e aprovou a proibição do uso, espontâneo ou não, da burca e do niqab. Burca e niqab são os mantos que cobrem a face e o corpo das mulheres, usado habitualmente na religião mulçumana. Coincidentemente a decisão foi tomada um dia antes do Dia da Liberdade de Pensamento (14 de julho). E a partir de agora o Islamismo, na França, só existe em pensamento.

Após essa infeliz decisão, todas as mulheres que estiverem em lugares públicos cobertas pela burca ou pelo niqab serão obrigadas a pagar uma multa de 150 euros. A multa para o homem, ou mulher que obrigar uma pessoa a usar essa vestimenta é de 30 mil euros. É claro que num país laico uma pessoa não pode obrigar a outra a seguir costumes religiosos, todavia, é mais claro ainda que numa “democracia” todas as pessoas têm direito de se expressar livremente.

A França é a responsável pela colonização de diversos países na América, Ásia e África. Uma das mais importantes ex-colônias francesas é a africana e mulçumana Argélia. Sim, a Argélia é mais do que um dos países que jogaram a Copa do Mundo de 2010. Durante os anos 70, a Argélia foi o destino de diversos de brasileiros que foram expulsos do país pela ditadura militar.

Desde a colonização daquele país os argelinos são perseguidos pelos franceses. Até os dias de hoje, há na França uma inexplicável e injusta discriminação contra os ex-colonos que lá habitam. Essa decisão do parlamento francês vem a contribuir com a xenofobia e com a discriminação não só contra os argelinos, mas contra todos os mulçumanos que escolheram a França como seu novo lar. A incrível decisão vai de encontro a não menos do que OITO artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (I, II, V, VII, XII, XVIII, XIX e XXX).

O mundo ocidental passou séculos criticando a falta de liberdade do lado oriental e o impedimento da livre manifestação religiosa. O Ocidente cansou de criticar o Oriente pelo radicalismo e pelo fanatismo. Mas o que o Governo francês declarou no dia 13, foi a criminalização fanática e radical da manifestação da cultura Islâmica. Proibir o uso espontâneo da burca para os mulçumanos é como proibir o Kippot para os judeus, o crucifixo para os cristãos, ou pior, proibir um francês de usar de sua lamentável e mundialmente reconhecida arrogância.

terça-feira, 13 de julho de 2010

A Copa do Mundo é nossa, com Rede Globo não há quem possa!!!

Texto escrito para o Portal Desacato (http://www.desacato.info/) e divulgado também no portal Agecon (http://www.agecon.org.br/)

Nesta quinta-feira, dia 08 de julho, quem sintonizou sua televisão na Rede Globo por volta das 14h, pode assistir uma solenidade em preparação para a Copa de 2014 que acontecerá aqui em Terras Tupiniquins. O evento, feito lá na África do Sul, contou com a presença de autoridades do mundo todo.

Curiosamente, quem apresentava (diga-se de passagem, como se apresentasse um programa de tevê) era o casal de modelos Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert. Mais curioso ainda, é lembrarmos que Fernanda e Rodrigo, além de modelos, são funcionários da Rede Globo (ela atriz e apresentadora e ele ator) e mais curioso que isso tudo, era, naquele momento, mudar de canal para a Rede Bandeirantes (Band), que também transmitiu os jogos da copa, e ver que ela não transmitia a solenidade. No lugar daquela festa a Band passava um jogo de vôlei. Embora esta situação não seja um mistério para a maioria das pessoas, mas vamos explicar o que acontece.

Desde que o mundo é mundo (ou pelo menos desde que se transmite Copa do Mundo pela tevê), quem detém o monopólio dessa transmissão, com direito à entrevista exclusiva e viagens dentro do ônibus da Seleção brasileira, é a Globo. Na Copa de 2010, a Rede Bandeirantes só transmitiu os jogos porque comprou da Globo o direito de também realizar estas transmissões. E embora o técnico da Seleção brasileira, Dunga, (já demitido pelo insucesso no torneio) tenha vetado à Rede Globo algumas regalias, como viajar no ônibus da delegação tupiniquim e realizar algumas entrevistas exclusivas, a emissora ainda tem o domínio sobre as transmissões no Brasil. O evento desta quinta, nada mais era, que um evento da própria Rede Globo, com transmissão exclusiva da emissora e participação dos seus próprios artistas, ou dos que costuma divulgar na sua programação. Uma das atrações, inclusive, estava no Programa do Jô no dia anterior.

Essa foi mais uma demonstração de poder da empresa de comunicação que domina este país há 45 anos. Neste singelo ato, que teve participação de Ricardo Teixeira, Presidente da CBF; Joseph Blatter, Presidente da FIFA e é claro do, sempre patético, Presidente Lula, a empresa da Família Marinho dá o seu recado ao Brasil:

- A Copa do Mundo nos pertence e só nós, e quem autorizarmos, transmitiremos o evento.

Por essas e outras, mesmo que realizemos, daqui a quatro anos, mais um “Dia sem Globo” eles não perdem nada, já que a Globo “vende” à outra emissora ( nesse caso à Band) o direito de também transmitir a competição.

Mas o que mais me preocupa é ver o palhaço Lula participar alegremente de mais um circo armado pela Rede Globo, a empresa que mais controla e manipula a informação no Brasil, e ainda enaltecer as figuras mais aterrorizantes do esporte brasileiro, João Havelange e Ricardo Teixeira. É sempre bom lembrar que temos eleições para Presidente da República este ano e que os candidatos que provavelmente disputarão o segundo turno são José Serra, candidato do maior partido de oposição, com sua terrível alma privatizadora escrava do FMI, e Dilma Roussef, candidata do partido do governo, com sua subversão às avessas.

Ver a Globo e o Lula de mãos dadas dá arrepio. Nessas horas me dá saudade daquele compacto, editado pela Globo, do debate entre Lula e Collor nas eleições de 89, quanta coisa mudou em apenas 21 anos.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Em defesa da Liberdade!!


Um ano passou desde o golpe que depôs o então presidente hondurenho, Manuel Zelaya, sob acusações de que pretendia um segundo mandato (o que não é permitido em Honduras). A Capital Tegucigalpa, no dia 28 de junho de 2009, amanheceu tomada por militares que impediram que os veículos de comunicação dissessem uma só palavra sobre o que acontecia. Assumiu a presidência Roberto Micheletti, que instituiu uma forte repressão ao povo hondurenho. Zelaya, expulso do país, retornaria mais tarde, sendo abrigado na Embaixada brasileira em Tegucigalpa.

Em Honduras, assim como no Brasil, a maioria dos meios de comunicação apoiou o golpe, já que são pertencentes a poucos empresários podres de rico, que viam na aproximação de Zelaya e do presidente venezuelano, Hugo Chávez, uma ameaça à sua hegemonia. Por mais que o golpe tenha sido bem executado, as ambições dos meios de comunicação hondurenhos foram por água a baixo. Uma rádio chamada Rádio Globo Honduras (que nada tem a ver com as organizações da família Marinho) decidiu seguir na contramão. A Rádio Globo começa a transmitir 24h por dia, denunciando o golpe e a repressão que se instalara naquele país. Driblando os censores eles ficam no ar até 21 de Setembro de 2009, quando a rádio é invadida pelos militares. A emissora começou a transmitir na clandestinidade até o dia 19 de outubro. A Rádio Globo, que figurava na terceira colocação da audiência, virou a rádio mais ouvida de Honduras e passou a ser acompanhada, pela Internet, por países do mundo todo.

Além da rebeldia midiática da Rádio, o povo hondurenho saiu às ruas protestando contra o golpe. Milhares de pessoas, todos os dias, mostram cartazes, tapam suas bocas com esparadrapos, e realizam várias formas de protestos. Para retrucar, a polícia e o exército, excessivamente armados, atacam seu próprio povo, seus irmãos de pátria, que reivindicam direitos básicos de todo o cidadão: votar, eleger e ser respeitado.

A repressão de Micheletti seguiu até as eleições realizadas em 29 de novembro. Nesse dia foi eleito para presidente Porfírio Lobo. O pleito, todavia, foi ilegal do começo ao fim. As eleições foram mantidas mesmo com a ditadura que depôs o presidente. Para a realização de novas eleições, preceitos democráticos deveriam ter sido respeitados. A volta de Zelaya ao cargo para o qual foi eleito democraticamente, o término da censura aos poucos meios de comunicação que se opunham ao golpe, o fim da repressão militar instalada nas ruas de Tegucigalpa. No dia da eleição compareceram bem menos de 50% dos cidadãos votantes, o que torna ilegítimo, mais uma vez, o pleito realizado.

Para os Estado Unidos, seus aliados na Europa e seus capachos na América (Colômbia e Peru) as eleições põem um fim na “crise” que se instalara em Honduras. Brasil, Argentina, Equador, Venezuela e os outros países da América do Sul não reconhecem até hoje a posse e o governo de Lobo.

Em visita ao Brasil no início deste ano, o Jornalista da Rádio Globo, Rony Martinez, esclareceu que Zelaya nunca pretendeu mais um mandato, apenas queria instalar uma quarta urna para consultar o povo se seguiam em Democracia Representativa, ou mudavam para uma Democracia Participativa. Apesar de eleito pelo partido conservador, Zelaya se mostrou um presidente muito popular, que antes de qualquer coisa, defendia o interesse de seu povo, contrariando as deliberações de seu partido. Rony afirmou também que apesar da eleição de Porfírio Lobo, a repressão continuou. Mais branda e mascarada, o governo continuou a perseguir e assassinar opositores e jornalistas.

Hoje, um ano depois, as lutas continuam. Enquanto os históricos golpistas internacionais, aqueles que todos sabemos quem são, fingem estar tudo bem em Honduras, mulheres e homens são perseguidos, presos e mortos. Com o passar desses 365 dias é bom que não esqueçamos o que acontece naquele país. A luta pela liberdade hondurenha não é só deles, mas dos brasileiros, argentinos, uruguaios, todos que já pagaram o preço imensurável da falta de liberdade.

Contribuições fotográficas de http://honduraselogoali.blogspot.com/, blog do jornalista grande companheiro, Celso Martins.

sábado, 19 de junho de 2010

Um ano depois, a luta ainda vive.

   Alguém lembra o que aconteceu em 17 de junho de 2009? Se a resposta for não, não se sinta mal. De lá pra cá foram 365 dias e o fato, com certeza, foi o menos repercutido na imprensa brasileira.

Nessa data, o Supremo Tribunal Federal (STF), liderado pelo seu Presidente (na época) Gilmar Mendes, “em nome da liberdade de expressão” votou pela não obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo. E o que eles ganham com isso? Diretamente nada. Todavia, a decisão não foi tomada assim, de livre e espontânea vontade pelos juízes. A Associação Nacional de Jornais (ANJ) foi a maior “incentivadora do projeto”. Eles sim, ganham alguma coisa. Na diretoria da ANJ encontramos a presidente Judith Brito, do grupo Folha, e se fuçarmos mais nessa mesma diretoria encontramos os Marinho, os Sirotsky e mais representantes dos imensos Conglomerados Comunicacionais existentes no país.

Por essa jogada pseudo-democrática, no último ano várias barbáries contra os jornalistas foram cometidos. Dentre injustificadas demissões de profissionais, fechamento de cursos de jornalismo e até a realização de concursos públicos para a área sem exigência de curso superior.

Segundo o presidente da Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ), o catarinense Sérgio Murilo, depois da decisão do STF, até analfabetos estão entrando na justiça para ter registro de jornalista. Isso porque a turma do Ministro Gilmar não só excluiu a necessidade de um diploma, no entanto, excluiu a necessidade de estudo para que uma pessoa esteja apta a ser jornalista. Coincidentemente, a decisão veio alguns meses antes do início da campanha salarial da classe. Um prato cheio para os empresários, que agora têm uma arma a mais para arrochar os salários, demitir os descontentes e precarizar, cada vez mais, as condições de trabalho dos jornalistas.

O que diriam Otto Groth, Adelmo Genro, Daniel Herz, e tantos outros teóricos e profundos conhecedores da práxis jornalística. Com certeza, o STF nada sabe sobre estes homens e seus trabalhos, e se sabe, não tem o mínimo de respeito.

Para lembrar esse fatídico um ano da decisão, o Sindicato de Jornalistas de Santa Catarina e a Regional Sul da Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação (Enecos) programaram pequenos atos para que essa data não passasse em branco e que esse golpe no peito dos jornalistas não fosse esquecido. Na quinta-feira (17) estudantes e profissionais se encontraram na “esquina democrática” na Rua Felipe Schmidt no centro de Florianópolis, distribuíram panfletos e conversaram com a população. Muito bem recebidos pelos transeuntes, as entidades profissionais e estudantis estão programando para as próximas semanas atos dentro das Universidades da Grande Florianópolis, onde há cursos de jornalismo. É sempre bom lembrar que o rico estado de Santa Catarina, que os jornalistas detêm o mais baixo piso salarial do país.

Agora, para estudantes e profissionais, a luta continua. A favor da obrigatoriedade do estudo do jornalismo, contra o arrocho salarial das grandes empresas e contra a preguiça que acomete estudantes e profissionais acomodados com a triste realidade do jornalismo brasileiro.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A Luta vai continuar!


Mais uma semana de tarifas caras, ônibus lotados e do povo na rua. Essa semana também será marcada pelo combate ao aumento da tarifa de ônibus. Após a pausa para o descanso e para a rearticulação do movimento, o Passe Livre está de volta.
Já na segunda-feira, acontecerão manifestações no centro e na reunião do Conselho Municipal de Transportes. Na reunião estarão os “Barões do Transporte” desta cidade, então é muito importante fazer barulho, incomodar, mostrar-se presente.
Como na semana passada a terça ficará a disposição de confecção de material, preparação para os outros dias e realizações de atos descentralizados. Na quarta as bicicletas, skates, patins, patinetes, meios alternativos de transporte se encontram no Terminal da Trindade (Titri) para a grande Bicicletada da Alegria. Com humor, a população se preparará para a grande quinta. Para o momento que poderá ser definitivo para a luta.
Quinta-feira, o tradicional ato no Terminal do Centro (Ticen) será o grande passo do movimento. Depois de pôr nas ruas mais de 5mil pessoas contrárias ao atual modelo de Transporte Público na quinta passada (13/05), essa semana o bicho vai pegar. Enquanto a polícia concentra seus métodos de repressão, a população se arma de vontade e indignação, os empresários se escondem e a prefeitura treme. E é bom tremer mesmo. O despreparo da polícia na manifestação de quinta-feira passada foi nítido, homens exageradamente a cima do peso, equilibrando suas vergonhosas barrigas enquanto faziam o único exercício desde sei lá quando. O Vice-Prefeito, Secretário de Transportes e boçal nas horas vagas, João Batista Nunes, já mostrou que não quer conversa, que prefere a truculência dos cães fardados a atender os interesses do povo florianopolitano. E a imprensa? Bem essa, mesmo visivelmente branda, ainda toma sua posição habitual. Tenta sempre diminuir ou ridicularizar o depoimento de algum manifestante, esconde a repressão policial sob o discurso de “proteger os cidadão o e direito de ir e vir”, além de por sempre, sempre e sempre pôr a culpa dos repetitivos aumentos da tarifa do transporte nos trabalhadores daquele setor. Claro, eles têm culpa de serem assalariados, coitados dos empresários ainda não lucram como a Microsoft.
Esse é o cenário que engloba a situação atual. Teaser, cassetetes, cavalos, escudos, bombas, armas e muito dinheiro de um lado, contra indignação, saco-cheio, vontade de lutar, e milhares de bocas pra cantar. Afinal, Deus nos deu pernas cumpridas e muita malícia pra correr atrás da bola e fugir da polícia.

E aproveitando esse momento Chico Buarque:

“Deus me fez um cara fraco, desdentado e feio
Pele e osso, simplesmente
Quase sem recheio
Mas se alguém me desafia
E bota a mãe no meio
Eu dou porrada a três por quatro
E nem me despenteio
Porque eu já tô de saco cheio”


Ficadica.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Não vamos desistir até a tarifa cair!!!



Quem que utiliza o transporte público da cidade de Florianópolis sabe como é a triste realidade que enfrentam diariamente centenas de milhares de pessoas. Quem nunca topou com um ônibus com ferrugens, defeitos, atrasados ou super lotados?
Essa sensação de atum só tende a continuar. É bom lembrar que em 26/10/2009 dezenas de linhas foram retiradas. Na época o Secretário de Transporte e Vice-Prefeito, João Batista, disse que o número de linhas existente justificava o valor da tarifa, na época R$ 2,80. Bem essa infeliz decisão fez com que aumentassem os atrasos, as filas e o aperto dos enlatados cidadãos florianopolitanos, sem, é claro, baixar um centavo no valor das tarifas.
Mas como toda desgraça nunca é pouca, quando tratamos do Prefeito Dário Berger, no dia 07/05, criou um clima de revolta ao anunciar o aumento do valor da tarifa do Transporte Público. Quem paga a passagem em dinheiro agora terá de dispor de R$ 2,95 e de quem usa cartão dera cobrado R$ 2,38.
Como se já não fosse o bastante, o aumento foi revelado logo após o reajuste dos salários dos trabalhadores do transporte, numa tentativa sórdida e já conhecida de justificar o aumento, jogar a população contra o trabalhador e livrar a barra de empresários e do Prefeito.
Segundo as empresas, o aumento é necessário, pois elas operam constantemente no vermelho. Será? Como vamos saber se não há comprovação pública das reais despesas dessas empresas. Por que escondem estes números? Bem, eles devem ter algum bom motivo para isso.
De 1994 até 2010 o preço da tarifa aumentou em 883%. E seu salário, quanto aumentou nesse período?
Como forma de protesto, várias manifestações, organizadas pelo Movimento Passe-Livre (MPL), estão acontecendo nos bairros, colégios e principalmente no Terminal Integrado do Centro (TICEN).
No próprio dia 07 mais de 400 manifestantes realizaram um ato no TICEN. Com faixas, cartazes e gritos de protesto, os manifestantes foram em direção ao SETUF, o Sindicato das Empresas de Transporte, um dos responsáveis pelo aumento. Ao tentar entrar no SETUF, os manifestantes foram agredidos pelos funcionários que lá estavam. O ato iniciou ma agenda de manifestações programadas para a semana toda.
No dia 10/05, estudantes distribuíram panfletos, alertando e esclarecendo a população sobre o golpe dado pela Prefeitura e pelas Empresas. Logo depois saíram em passeata em direção ao gabinete do Prefeito. Alguns dos manifestantes entraram no gabinete com a finalidade de reivindicar uma posição de Dário Berger, que não se encontrava no lugar. Ao invés de um posicionamento contrário ou a favor da população o prefeito mandou dezenas de policiais armados de cassetetes e armas de choque (teaser) para reprimir os manifestantes. O ato claro de repressão à moda da ditadura fez com que a população reconhecesse a coragem dos manifestantes, legitimando cada vez mais o grupo resistente.
A marcha continuou rumo à assembléia, A Casa do Povo, lá alguns manifestantes entraram para falar com os vereadores que estavam e sessão. O ato continuou levando de volta os manifestantes ao TICEN passando pela Av. Hercílio Luz. Durante o percurso os policiais foram combatidos não com armas, mas com verdades, a multidão lembrava-os que as famílias dos policiais também dependiam dos ônibus.
Chegando ao terminal os manifestantes, sentados no chão fizeram uma assembléia chamando a população para os próximos atos e saudando o sucesso daquele que acabara de ocorrer.
Confesso que foi um momento de muita emoção pra mim, estar no meio daquela multidão, apoiada pelo povo e contra a tirania dos famigerados empresários, que só sabem explorar o povo, que paga o lucro exorbitante deles. Depois de tudo isso, só posso convidá-los para o Grande Ato de quinta-feira às 17h no terminal do Centro. Vamos ver, a exemplo de 2005, a tarifa baixar pela pressão do povo que é vivo e forte.
Só posso dizer a todos que estão engajados nessa causa que continuem protestando, manifestando e fazendo valer seu direito de cidadão. E àqueles que ainda têm dúvidas em sair de casa:
Vem, Vem pra luta vem, contra o aumento!!!!

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

O grito da hipocrisia.

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Nos últimos meses, o alvo preferido da população, guiada pelos veículos midiáticos, é Zé Ribamar, mais conhecido por José Sarney. Apesar de justos os apelos de Fora Sarney!! Há uma tremenda conveniência com relação à época em que estão acontecendo.
José Sarney tem mais de 50 anos de vida pública (política) com a maioria deles aliado às forças conservadoras, fascistas e golpistas do nosso país. Atualmente vinculado ao PMDB, fez parte da UDN (anos 50 e 60), ARENA (anos 60 e 70) e PDS (anos 80), sucessões da mesma vertente política.
O atual Presidente do Senado já deu mihares de motivos ser alvo "linchamento político e popular", todavia sempre foi muito respeitado pela opinião pública, como todos os outros que compartilham do mesmo passado político, aliados à Ditadura. O curioso é que só agora a população se revolta, quando o Velho Coronel Maranhense está no fim de sua vida política e, principalmente, enfraquecido e quase sem nenhum apoio político.
Pra quem tem relativa memória, essa história até parece familiar. Se lembrarmos dos últimos Presidentes do Senado Renan Calheiros e Severino Cavalcanti, do ex-Presidente e atual Senador Fernando Collor e até de Geroge Walker Bush, presidente estadunidense, e da própria Ditadura Militar. O que eles têm em comum? Todos foram abraçados e carregados pelas elites e por parte da mídia até não os interessar mais. Quando se tornaram "desinteressantes" foram perseguidos pelos mesmos setores que ora, os apoiavam. Sarney fez parte da ARENA e de um de seus "filhos" o PDS, na metade dos anos 80, aproveitou-se do momento frágil da Ditadura e aliou-se ao candidato concorrente e vencedor, Tancredo Neves, assim como fizeram ACM, Bornhausen, Amin.
Por que a população não foi pedir sua saída quando tornou-se presidente em 85, após a morte de Tancredo? Ou quando foi presidente do Senado por outras duas oportunidades nos anos 90? Por que não o desafiar quando ele era forte politicamente? Será que aquele par de sapatos seria atirado contra Bush, se este estivesse no início de seu mandato e não houvesse a crise mundial que evidenciou sua limitação administrativa? "Bater em Bêbado" é muito fácil.
Mas o Presidente Lula não apoia o Sarney? Apoia. E esse apoio já lhe custou muita incomodação com a opinião pública e até dentro do partido, o caso mais popular, talvez, foi o do Presidente Nacional do PT Aluisio Mercadante.
Bem, o resultado de toda essa novela, acaba na classe média, que se acha muito esperta quando grita: Fora Sarney!!! No entanto, Um daqueles linchados de antes o Collor, hoje, além de Senador é um dos principais nomes de apoio ao atual governo. Alias, o único Presidente caçado legalmente do Brasil, Fernando Collor, não só é um grande apoiador do governo Lula, como é muito respeitado dentro do Senado, a prova disso foi o episódio com o Senador Pedro Simon que ao citar o ex-Presidente foi intimado por este a "calar-se e digerir as palavras como lhe fosse conveniente" e não é que ele fez isso mesmo?!?!
Enquanto Collor, Calheiros, e vários outros golpistas conservadores continuam sorridentes no Senado, o cordeirinho das elites chamado "Classe Média", hipócrita e cega, se acha politizada focando seus ataques (préveamente direcionado por influência da "grande mídia") ao Senador Sarney e criticando o Presidente Lula.
Quando a tal "Classe Média" deixar de ser os caras pintadas (de palhaço) e começar a olhar de forma realmente crítica a toda essa situação triste em que vive a política brasileira.? Ainda há salvação, vamos acordar!!!